segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A Seca e a Politica do faz de conta

Por Acácia Filgueiras

A seca é um grave problema que acontece na região sertaneja, devido ao clima quente e seco. É um agravante para o sofrimento de milhares de pessoas, quase que esquecidos no sertão do Brasil. Somando-se a isso, existem as questões socioeconômicas e políticas, presentes no país desde a época das capitanias hereditárias.
E como uma forma de aliviar a “consciência”, o governo tem criado várias medidas emergenciais para amenizar a problemática da seca, verdadeiros paliativos para o povo sofrido. Estas são usadas em caso de calamidade pública que servem somente para protelar a decisão do problema. Isso quando as tais “ajudas
conseguem chegar a seu verdadeiro destino. E quando chegam, são destinadas a outros fins.

Um exemplo de política social são os empréstimos financeiros a juros baixos e pagamento em longo prazo destinado aos pequenos produtores, mas são os grandes produtores de terras que se utilizam desse beneficio para aumentar seus investimentos e propriedades, e os políticos da região, fazem uso deste beneficio para se auto promoverem e com isso, manter-se no poder. Enquanto que os mais necessitados se contentam com cestas básicas, para alimentar toda sua família.
Será dessa maneira que solucionaremos o problema de anos? Dando cestas básicas? Bolsa Família? Que quase sempre não chegam às mãos de quem realmente precisa. Isso não funciona! O governo precisa rever essa “política de faz de conta”. Ele faz de conta que solucionou o problema e o povo faz de conta que resolveu.


Jornalismo no blog ou Blog no jornalismo

Por Acácia Filgueiras
Blog é um meio adequado para o jornalismo? Está é a pergunta que não quer calar. A maioria dos profissionais de jornalismo responde não a esta pergunta, enquanto outros criaram blogs e muitos os incorporaram às suas edições online.
Aqueles jornalistas que têm usado muito esta ferramenta, o fazem por se sentirem à vontade em expressar suas opiniões, idéias e questionamentos. Longe de seus editores, eles escrevem o que pensam, e tem liberdade de opinar sobre tudo, gerando e levantando muitas vezes, questões polêmicas. Por se exporem de forma tão explícita, tornam-se alvo de críticas e às vezes são punidos com a retirada de suas páginas da rede.

Alguns utilizam do blog como um espaço para se levantar boatos, que logo são passados adiante como notícias verdadeiras, chegando até às páginas dos jornais. O que em conjunto com outras discussões, têm sido alvo de diversos estudos, onde são problematizadas várias questões, inclusive sobre a importância nas formações de comunidades, a interatividade e acessibilidade dos internautas.

O Blog, portanto, não deve ser visto apenas como um diário para adolescentes, como pensam alguns, mas uma ferramenta que têm conquistado o seu espaço no meio jornalístico.

Do Glamour à Decadência

Do Glamour à Decadência
Por Acácia Filgueiras

Outrora, tempo de luxo e sinônimo de status, o Passeio Público era o lugar de lazer da alta sociedade baiana, ou antigo Jardim Botânico como era reconhecido. Por conter, suas estátuas de mármore português esculpidos com perfeição, árvores centenárias em toda a sua extensão e pedras portuguesas, que calçavam todo o passeio, este local era o mais frequentado entre os séculos XVIII, à meados do século XX. Hoje, o desprezo e a falta de cuidado público são as marcas conhecidas no local.

Obras de artes, como o chafariz e as estátuas de mármore lapidados com esmero, expostas a céu aberto não recebem nenhum tipo de manutenção e são destruídas pela ação do tempo e de vândalos, que usam o espaço para consumo de drogas e tornou-se abrigo de moradores de rua.

Quem frequenta hoje esse local, são aqueles que se dirigem ao Teatro Vila Velha que passou a funcionar em 1959 ,quando inaugurado, além das pessoas que voltam ao lugar, para relembrar os tempos dourados do Passeio Público, na maioria das vezes, são casais, que usavam o jardim, para namorar, e alguns moradores do Campo Grande e adjacências.

Segundo a direção do local, tanto o Passeio Público como o Palácio da Aclamação, antiga morada dos governadores do Estado da Bahia, passará por reformas. Inicialmente estão sendo feitos reparos emergências no Palácio e sem data prevista no Passeio. Mas enquanto isso teremos, que nos contentar com bancos quebrados, falta de segurança e com a má conservação do lugar.

BAHIA, TUDO COMEÇOU AQUI

O início do cenário político baiano confundiu-se com os primórdios da política brasileira. A Bahia foi sede da colônia, por anos, desfrutando do famoso desenvolvimento, na visão dos colonizadores. Daqui partiam todas as decisões políticas para o Brasil, reproduzindo os comandos de Portugal. Nesta época, a Bahia possuía a maior influência no cenário nacional, e vivia um período áureo em relação às outras regiões do país.

Com a mudança da sede da colônia para a cidade do Rio de Janeiro, a Bahia perdeu o seu destaque nacional. Os grandes investimentos, com a chegada da Família Real ao Brasil, restringiram-se ao Rio de Janeiro. Uma enorme perda econômica e política para a Bahia, pois a partir de então os comandos da política brasileira desenvolveu-se na região sudeste.

Apesar da forte influência da monarquia na Bahia, ideais abolicionistas permearam nossa história, destacando o ilustre nome de Rui Barbosa. Sua defesa pelos negros alcançou o âmbito nacional. Mas mesmo hoje, a população negra, maioria no Estado, tem poucos representantes na esfera política.

A política nas primeiras décadas da República Baiana esteve nas mãos dos coronéis do cacau, que ditavam suas leis, e formavam seus filhos “doutores’ dos quais muitos lograram cargos políticos. Um cenário propício para a futura ditadura. Pois a República Baiana não era “do Povo para o Povo”. Com o descontentamentos da República surgiram revoltas, como a Guerra de Canudos, que foram brutalmente sufocadas. A República nos foi imposta, porém não ensinada.

Com o Golpe Militar no Brasil, surgiram novos nomes na política baiana, porém defendendo os mesmos interesses da elite, como o nome do Interventor Juracy Magalhães.

O coronelismo de outrora, tornou-se sinônimo da política contemporânea brasileira, onde os velhos “caciques”, crias da Ditadura, dominam ainda o cenário político nacional, inclusive o baiano, com a figura de Antônio Carlos Magalhães. Aos poucos o coronelismo vem sendo abalado por ideais de renovação. Assim para continuarem no poder, o “velho” se transfigura de “novo”, até mesmo, mudando as siglas dos partidos, como por exemplo, a atual troca do PFL por DEM.

Atualmente, a Bahia passou por algumas mudanças no âmbito político, o império da famosa Direita baiana foi tremendamente abalado com derrotas sucessivas do antigo PFL, nas esferas municipais, estadual e até nacional. O velho “cacique” baiano, ACM, foi perdendo a sua influência sobre a Bahia nos últimos anos de sua vida, mas deixou seu neto para dar prosseguimento político à família, lembrando o período das Capitanias Hereditárias e a Monarquia. Esse princípio do Brasil Colônia, do poder político passado de pai para filho, é muito comum de se ver na Bahia, desde vereadores a altos cargos políticos.

Hoje a política baiana não tem grande influência no cenário nacional. O clima político de algumas cidades do interior baiano é tenso. A troca de favores e venda de votos, ainda é uma prática no Estado. A corrupção na política brasileira é um fato conhecido mundialmente, e infelizmente na Bahia não é diferente, apesar de não ser tão exposta pela mídia ou pelas investigações federais. Sair deste caos parece ser impossível, mas a esperança de uma Bahia que politicamente defenda os anseios do povo, com ética e sem corrupção, é uma construção longa e árdua que se começa com uma fundação sólida, e compete a nossa geração começá-la.

CEM ANOS DEPOIS...

Nesses 118 anos de República no Brasil, muitas transformações ocorreram no cenário sócio, político, econômico e cultural.

O Brasil República tão aclamado, chegou cem anos depois, totalmente adaptado nos padrões de interesse de uma minoria de militares e intelectuais que lutara contra a monarquia, defendendo os seus próprios interesses. Diferente do que ocorrera na EUA e França, onde o povo foi quem lutou, para conquistar os seus ideais.

A República que gritara em alta voz:
- Um governo do povo; e para o povo. Ficou somente no falar.

Apesar do grande crescimento econômico no Brasil, com o ciclo do café e da borracha, das indústrias e dos investimentos estrangeiros que aqui chegara. Se concentrou em um pequeno grupo, que enriqueceu. Enquanto que “ a massa”, tornou-se cada dia mais miserável.

Os negros que ajudara à construir está nação, foram esquecidos, desprezados e marginalizados e além disso, trocados pela mão-de-obra branca, que aqui chegou. Hoje, vemos o resultado dessa impensada decisão. Após sua libertação, os negros poderiam ter sido aproveitados nas fazendas que antes trabalhavam, como mão-de-obra remunerada, mas, ao invés disso, abriram as senzalas e os entregaram a sua própria sorte. Agora, nos lamentamos, quando vemos nas ruas, mendigos, meninos de rua, sem-tetos, etc. Uma classe marginalizada, que tornou-se um problema para a nação.

Muitas mudanças ocorreram, na área tecnológica, para uma minoria abastada. Como por exemplo o surgimento do telefone, avião, bonde elétrico, etc.


Já na educação, houveram poucos investimentos, e das escolas que surgiram, um pequeno e restrito grupo tiveram acesso. Atualmente, não têm sido diferente, infelizmente o índice de estudantes que consegue concluir o ensino superior é muito baixo. Sendo que, ultimamente o atual governo, têm criado projetos que estão viabilizado o acesso de jovens às universidades. Mesmo assim, o investimento destinado para área da educação no Brasil, ainda é insuficiente. Pois, acredito que é através da educação e de melhores oportunidades para os jovens, o Brasil sairá dessa situação.

A política de troca de favores continuou a existir e continua até hoje. Quem dita as regras, é quem têm dinheiro e prestígio. Onde o pobre, se torna cada dia mais pobre, e o rico cada vez mais rico.
Ganhamos o poder do voto. É o que temos feito com isso? Infelizmente, continuamos elegendo políticos corruptos e incompetentes para administrar nossa nação.

Temos estado indiferentes, fechando os olhos, para não vermos as injustiças, e muitas vezes, egoísticamente dizemos:
- Não é comigo. Pouco me interessa.

Aonde está o Brasil, que morria lutando pelos seus ideais? Hoje, morre porque não quer lutar. Cadê os brasileiros que lutavam, quando não concordavam com as decisões tomadas por seus líderes? E iam as ruas reivindicar pelos seus ideais? Aonde estão os revolucionários, que se revoltavam, questionavam e lutavam nos Sertões e no Sul do país? Cadê o povo brasileiro, que lutaram e até mesmo morreram, na época da ditadura, levantando a bandeira de uma sociedade justa e igualitária? Será que esses ideais morreram ou nos acomodamos com essa situação?

Até quando continuaremos, com nossas cabeças baixas, aceitando tudo e nos conformando com tudo que nos é imposto. Reelegendo políticos que ferem, maltratam e roubam essas nação?

Chega! Precisamos fazer diferente. Precisamos rever nossos conceitos, valores e ideais. Nos levantar de onde caimos e recomeçar. Reconhecer que erramos, mais queremos acertar.

BRASIL : Há uma Esperança!

Com a chegada dos portugueses no Brasil, chegaram também as desigualdades sociais, a escravidão. Por se acharem mais favorecidos pela cor da pele, os portugueses se sentiam no direito de escravizar.
Mau-tratados, expostos à atitudes desumanas, torturados, oprimidos, os negros eram trazidos de países africanos em grandes navios chamados de Negreiros, amontoados como animais, “verdadeiras gaiolas”, sem qualquer tipo de direito.
Antes da Abolição, muitos negros trabalhavam uma vida inteira na esperança de um dia se tornarem “donos de suas próprias cartas de alforria”, de sua liberdade. Pois os seus “senhores”, os tinham como mercadorias, verdadeiros investimentos e não admitiam ter algum tipo de prejuízo mediante sua liberdade.
Após a Abolição, os negros foram expulsos das fazendas, sem qualquer condição de sobrevivência. Muitos foram se refugiar em quilombos, outros preferiram ficar em suas fazendas de origem e tantos outros se tornaram moradores de rua. E como consequência disso, vemos pessoas jogadas nas calçadas mendigando, um crescimento desenfreado de favelas e da marginalidade.
Hoje não é diferente, continuamos escravos do sistema. Nada é feito pelo governo para reverter esse quadro de desigualdade social. O rico cada dia mais rico e o pobre cada vez mais miserável. Para o governo é bom que a miséria social, permaneça no país. Pois, serve como base de proposta de campanhas políticas, e muitos lucram com o sofrimento do pobre, miserável.
E por causa desse descaso do governo com a classe menos favorecida, surgi uma outra problemática, o surgimento de ONG`S picaretas. Que se aproveitam da necessidade dos pobres para desviar recursos. Recentemente foi publicado numa revista de circulação nacional, chamada Caros Amigos, uma matéria que falava sobre a campanha do Criança Esperança da Rede Globo, dizendo assim: “ ... Criança Esperança ganha uma fortuna na dedução do imposto de renda com o montante entregue ao Unicef. O dinheiro arrecadado é tirado de cada cidadão, mas o abatimento é da Globo. Não é um caso típico de estelionato?” SOUZA, Hailton Octavio. Caros Amigos. Ano X nº 120. 03/07. p13. Esse caso é um dos muitos , que acontecem por aí.
Ao invés do governo, criar medidas de melhoria de empregos, dando melhor capacitação em mão-de-obra, através de cursos profissionalizantes, construindo escolas, universidades, crescendo o número de vagas, assim criando oportunidade para os jovens construirem um futuro melhor. O governo têm estabelecido metas de construção de penitenciárias, para acomodar cada dia um maior número de presos, que custam muito caro aos cofres públicos. O custo unitário de um preso para o governo é de R$1.700,00, enquanto que um trabalhador assalariado é de R$380,00. Pois, para o governo é mais fácil, castigar, disciplinar do que educar. Acredito que a melhor forma de mudar essa situação em nosso país é através da educação.
“A educação sozinha não faz grandes mudanças, mas nenhuma grande mudança se faz sem educação”.